domingo, 19 de abril de 2009

ROULETS#13 entrevista FERNANDO BORGES QUARTETO




Roulets#13 – Fale um pouco sobre a história tua, um pequeno release, formação, idade, o que vêm fazendo ultimamente.
Fernando Borges: Eu sou músico, profissionalmente trabalho desde os 16 anos, eu toco violão desde os 7 anos assim, família de músico e trabalho como educador na cidade. E esse trabalho já existe a um...Fernando Borges primeiro trio, depois formação de quarteto, já tem uns 6 anos.

Roulets#13 – Como foi o seu primeiro contato com a música e com instrumentos musicais? E como foi a sua trajetória musical até chegar ao Jazz?
Fernando Borges: A minha primeira influência foi o Mark Knopfler, guitarrista do Dire Straits , comecei a tocar guitarra depois de ouvir Brothers in arms , a música é linda e ele toca pra caralho.

Roulets#13 – Qual é a reação do público quando vê que você é um cara novo, visual contemporâneo, tocando jazz e com grande talento?
Fernando Borges: Não, já acha engraçado pela idade, eu tenho 28 anos, espera que um cara de cabelo grisalho tocando jazz e tal, por causa das tatuagens e alargador na orelha espera que eu vou tocar rock e tal (risos), mas a abordagem da banda, a gente toca jazz com uma pegada rock’n roll.

Roulets#13 – Quais são suas preferências culturais? E como é a sua relação com outros estilos musicais?
Fernando Borges: Então cara, eu escuto música erudita Debussy, Ravel.

Roulets#13 – Como você vê o mundo do Jazz?
Fernando Borges: Então, é complicado te falar cara, porque Jazz hoje é tão restrito que nem a música erudita, é cheio de não pode fazer isso não pode fazer aquilo, eu estou nem aí, eu quero subverter mesmo, tem um monte de influência que não só, já é tradicional.

Roulets#13 – Particularmente, o que lhe inspira e motiva a criar? Fale um pouco dos teus projetos, cd, gravações?
Fernando Borges: A música é a inspirarão, eu componho também, então tem gente que inspira num relacionamento que termino ou alguma coisa tipo natureza, mas pra mim a música é minha inspiração.

Roulets#13 – Muitas bandas, gravadoras, selos trabalham com a internet como uma ferramenta de trabalho muito útil na divulgação do trabalho e na obtenção de contatos.Como você enxerga essa ferramenta? Existe algum lugar onde possamos encontrar o teu som?
Fernando Borges: Mudou tudo hoje, mudou tudo, a gente não tem nem tempo de ouvir todos os cds que a gente baixa, eu sou a favor de colocar download gratuito na internet. Porque o que rola, se você está vinculado com uma gravadora, ela vai pegar todo seu dinheiro, você vai ganhar no fim das contas só com o show, então na verdade a internet limou a gravadora e isso é genial, você tem contato direto com o público, você sabe quantas pessoas ouviram suas músicas. Cara se você for importar assim, cd do Coltrane, meu irmão pode preparar cinqüenta pratas, isso é ridículo, um absurdo.

Roulets#13 – O que vem por aí em 2008 com Fernando Borges como músico/artista?
Fernando Borges: Eu quero tocar mais nacionalmente e espero lançar meus dois trabalhos, eu tenho dois cds gravados e nenhum lançado por falta de verba, um gravado ao vivo e outro gravado ao vivo no estúdio, mas nenhum lançado e espero lançar esses discos e tocar mais, poder divulgar. É isso.

Roulets#13 – O que você gosta de ouvir e tem ouvido ultimamente? Têm alguma recomendação a fazer?
Fernando Borges: Quem estiver meio cansado, não cansado, mas pra quem está procurando uma coisa nova eu recomendo um trompetista Vietnamita chamado Coung Vu, que é um trabalho dele em quarteto com um guitarrista chamado Bill Friesell, que é simplesmente genial. É o que eu tenho ouvido mais agora e é o que eu acho mais novo, mais contemporâneo.

Roulets#13 – A maioria dos músicos aqui da cidade costumam reclamar que Uberaba é meio devagar, meio complicado, mas mesmo assim continuam correndo atrás. Então o que te faz correr atrás da música, persistir ? Toca em outra cidade?
Fernando Borges: Eu não toco fora, toco aqui na cidade, na chopperia Arquimedes há 7 anos, todas as segundas feiras, quando eu comecei a tocar ficavam 5 bêbados lá, hoje a casa é legal, funciona na segunda-feira, hoje tem um trabalho que serve de referência para outros músicos. Eu viajo às vezes não para tocar música instrumental, mas para acompanhar cantor ou fazer trabalho , e as pessoas sabem da existência da música no Arquimedes. O Tom Jobim é um cara que estava certo, ele disse que a saída do músico brasileiro é o aeroporto e isso é genial, porque quando você sai, lá fora nossa musica é a música, não é pior e nem melhor é tão boa quanto.

Roulets#13 – Tem alguma mensagem para deixar, algo que não foi perguntado e que você acha importante estar dizendo? Contatos para shows entre outros...
Fernando Borges: Então tenho o www.myspace.com/fernandoborgesguitar, lá tem uma música que eu gravei a 2 anos do meu cd chamada Tristão que eu gravei com o baixista do Chet Baker, um ídolo pra mim e o Alexandre reis de São Paulo que é um tremendo baterista no Brasil, a gente gravou esse cd em um dia! Essa experiência para mim, foi tipo, primeiro eu tive que engolir a babação de ovo, porque eu amo o som dos cara a muito tempo, ai quando tive a oportunidade de tocar com eles, eu vi que era muito mais simples e o nível dos caras fez com que minha música ficasse melhor, sabe aquela dica, o que fazer para tocar bem, basta ser o pior música da banda que ai seu nível sobe(risos).


Fonte:http://roulets.blogspot.com/2008/06/fernando-borges-quarteto-na-expozebu.html

0 Responses: