terça-feira, 21 de abril de 2009

“A Críca da Albertina” Rodeio - Barbárie

A lembrança que eu tenho da Dona Albertina (esse nome é genial ! ! !) é de uma senhora com um sapatinho de pano, guarda chuva em dia de sol e um vestido que cobria todo o seu corpo que não devia passar dos 40 kilos. A sua voz era baixa e com um pigarrinho que hora até dava um certo charme, mas na maioria das vezes dava vontade era de dar uma tossidela pra ver se passava. Crente ortodoxa, com opinião ferrenha sobre o rumo que as “coisas” estavam tomando, ou seja, esse mundo “jazz” no capeta mesmo. Convoquei através de sessões mediúnicas das minhas memórias essa senhora pra escrever as críticas a respeito de tudo que possa ser interessante, causar polemica ou indigestão.

A resposta da Dona Albertina consistiu em dois gemidos e uma bufada...
Que em bom português significa – Eu topo ! ! !

Estréia aqui a “Críca da Albertina”


Nunca vou entender essa “coisa” que o Fernando (meu neto) tem. Ele reclama das situações mas não faz absolutamente nada para mudá-las, tem nada na cabeça. Ele tenta tanto e é um menino bom, mas eu não sei o que acontece. Nesse fim de semana foi tocar em um Rodeio como forma de ganhar um dinheirinho e colocar suas contas em dia. Mas pra minha surpresa o rapaz me chega em casa com cara de cachorro que fez xixi no dono. Ao questionar o que havia acontecido ouvi a seguinte história:

"Vó, é um absurdo o que acontece com os animais em um rodeio. Enquanto fazíamos a passagem de som, tinha um monte de bois deitados na arena em aparente paz, algumas crianças até tentavam sem sucesso passar a mão na cabeça de um boi que ignorava a existência dos alegres meninos. Passamos o som e fomos jantar, quando chegamos novamente na arena, a situação tinha mudado. Capitaneados por um locutor e dois palhaços a multidão estava se deliciando com a barbárie que acontecia diante dos meus olhos. Era a luta do Homem X Besta. Os pacatos animais da tarde tinha se transformado. Como uma versão quadrúpede de Dr. Jekill e Mr. Hyde. O locutor comandava a liturgia da “festa” e os palhaços davam um sabor de brincadeira aos tombos levados pelos heróicos boiadeiros. Uma festa bizarra. Toquei na festa com vontade de derreter .Tive vergonha de fazer parte de uma espécie que acha emoção em subjugar oponentes que não se opunham, só lutavam para que a dor causada a eles naquele momento passasse.

Por isso, to meio mal."

Fiz um chá pro menino que dormiria nas próximas oitos horas e acordaria com uma cara bem melhor. Vou pedir a Deus essa semana para dar um trabalho melhor (ele podia tanto ser pastor) e encaminhar a coisas pra esse menino.
A seguir divido com vocês algumas imagens que meu neto narrou sobre o evento que chamou de “Barbárie”.




"Olhe no fundo dos olhos de qualquer animal e, por um momento, troque de lugar com ele. A vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto ele. Agora sorria, se você acredita que todos os animais merecem nosso respeito e nossa proteção, pois em determinado ponto eles são nós e nós somos eles."Philip Ochoa

domingo, 19 de abril de 2009

Anônimos e famosos dividem o mesmo espaço na web



Sites como MySpace e Trama Virtual proporcionam a democratização musical
Belissa Nogueira e Thiago Paião

Com o surgimento dos meios de comunicação de massa foram abertas novas frentes de batalha para músicos e compositores. O desenvolvimento tecnológico teve ampla influência na música, em seus meios de produção, distribuição, em seus estilos e tendências.

Antes do gramofone, do rádio e da televisão, a única forma de passar a música a outro músico era a escrita, sendo que as partituras eram feitas manualmente. Na gravação, quando se executava a composição e ela se perdia no espaço de tempo, ela somente seria recuperada se mais uma vez fosse interpretada. Com o surgimento dos meios de gravação, a música pôde ser registrada e passada à frente do jeito próprio de cada compositor, além de facilitar a produção de cópias de modo quase instantâneo.

E assim, com a tecnologia, a “guerra” se iniciou entre os novos músicos, deixando-os em uma luta avas­saladora por reconhecimento, dife­renciação e qualidade mu­sical. Mas, por outro lado, as bandas regionais de diversos estilos, que não possuem seus trabalhos no mercado co­mercial, acham, nos sites de relacionamentos e sites espe­cializados, um meio de divulgar sua produção.

O professor de música de Conceição das Alagoas e 1º tenente regente da banda da Polícia Militar, compositor e formador da banda do 17º Batalhão da PM de Uberlândia, Onofre da Costa Pimenta, comenta que não há muitas melhorias em relação à tecnologia no seu trabalho, já que se trata de uma atividade com fins educativos relativamente simples. “A tecnologia seria mais necessária no modo de ensinar, pois nós usamos instrumentos acústicos, de sopro e percussão e a divulgação é feita à moda antiga. Conceição é uma cidade pequena, onde todo mundo conhece nosso trabalho“, diz o professor.

Pimenta explica que antigamente o rádio era muito importante para os cantores, compositores e conjuntos porque era o único meio de divulgação que chegava a todas as classes sociais. “O rádio foi o grande divulgador da Música Popular Brasileira (MPB). Grandes cantores como Nelson Gonçalves e Ângela Maria tinham contratos com a antiga rádio do Rio de Janeiro, gravavam seu disco de vinil e divulgavam através da rádio, que era o meio de comunicação da época, antes do surgimento da televisão.”
Com o advento da televisão, os cantores mais famosos tiveram um espaço especial em programas, que os lançaram quase que perma­nentemente como ídolos musicais que se sobressaem até hoje na nova geração. Mas os mesmos programas, que fixaram na história cantores como Elis Re­gina e Chico Buarque, lan­çaram con­cur­sos musicais que abriram espaço para mais cantores e bandas que também fizeram sucesso e badalaram épocas.

Bandas de fundo de garagem, ou até mesmo cantores de barzinhos que escutamos tomando um copo de cerveja, possuem uma história, e todos sonham um dia receber o reconhecimento de todo o trabalho árduo que tiveram. A cada dia, o reconhecimento pode estar mais perto e, ao mesmo tempo, um tanto quanto longe de se tornar realidade. O amor e o talento em relação à música é algo que nasce e, às vezes, é construído com as pessoas. Quem nunca foi cantor ao menos uma vez enquanto tomava um demorado banho de chuveiro?

Muitos músicos nasceram, ascenderam e desapareceram com o tempo, mas deixaram gravados em discos, CDs ou até mesmo em fitas “demo” suas obras. Qual seria o verdadeiro valor da arte que chamam de música? John Cage, baixista da Velvet Underground, banda norte americana de \o “Vanguarda” na década de 60, caracterizados por um estilo \o “Rock experimental”, pouco comercial para a época, afirmou certa vez que até o silêncio é música, apresentando uma obra feita da ausência total de som.

Mas foi-se a época dos grandes discos de vinil, do CD e de esperar sua música predileta passar na rádio para que você pudesse gravá-la em uma fita. Hoje, com um simples clicar do mouse você baixa álbuns completos dos seus cantores e bandas preferidos. A tecnologia não veio apenas para melhorar as coisas, mas sim para sacudir o mundo no qual apenas o que importava era o talento e o amor pela música. Fernando Borges, professor particular de guitarra em Uberaba e guitarrista da banda Fernando Borges e Quarteto, diz que a influência da tecnologia em seu trabalho é apenas para divulgação. “Quando a banda vai tocar, nós disponibilizamos as datas com antecedência em alguns sites de relacionamento, como myspace e Orkut, o que ajuda na divulgação dos shows”, afirma Fernando.

Excesso de informação na internet, às vezes, atrapalha pela quantidade de dados que é lançada, dificultando o reconhecimento de alguns trabalhos musicais e até mesmo o surgimento de novas bandas e tendências. Fernando diz que se a procura não for focada em certo assunto, a confusão pode ser tanta que a busca pode ser em vão. “Eu gosto quando a divulgação é feita no jornal, por exemplo, o que dá mais resultado por ser um meio mais específico do que a internet.”

Essa facilidade imposta pela internet faz com que cada vez se possua mais álbuns de uma grande diversidade musical e se aprecie cada vez menos o que se escuta, deixando a dúvida sobre o lado bom dessa evolução.

Segundo Fernando, como educador, sua missão com o aluno é indicar os caminhos a serem percorridos, mostrar onde está a informação e de que forma ela pode ser utilizada. “Eu tento filtrar a informação que chega até eles, mas eu não sou a pessoa que mostra alguma coisa”, afirma. É necessário que a informação certa chegue até o aluno certo, dentro de seu nível de capacitação e entendimento.


A música como meio de vida

Marina Rabelo

Alexandre Saad, o Guti, consegue conciliar sua carreira de dentista com a de apresentador de TV, diretor de colégio e músico (cantor, compositor e violeiro) diz ser loucura viver apenas de música aqui em Uberaba. “Cultura, em hipótese nenhuma, você tem que tentar viver exclusivamente dela, mesmo porque cultura é uma forma que você tem de expor o que você vive em outras situações, então, até pra criação, é bom que você faça outra coisa”, opina Guti. Ele diz ainda que cantores famosos normalmente se sustentam pela lenda do que eles fizeram no princípio, depois deixam de produzir. Depois que ficam ricos, acabam montando outras atividades. “O Almir Sater, por exemplo, trabalha na fazenda que ele comprou com o dinheiro do sucesso que ele fez, e olha que ele ainda faz.”

Fernando Borges, músico e professor de música (violão e guitarra), diz não se imaginar fazendo outra coisa. Mas confessa ter que tocar de tudo para conseguir viver bem. Ele é freelancer em banda de dupla sertaneja, toca em banda de baile e também faz parte de uma formação chamada “Maria Vitrola”. Nessa formação ele toca “New Bossa” junto com a namorada Daniela Daia (vocal), Ricardinho (baixo) e o DJ Nenê. Toca MPB, também com Daniela, nos barzinhos da cidade, além de tocar o tradicional Jazz de segunda-feira no Archimedes. “Tô feliz demais. Não troco minha profissão por nada. Eu passo raiva, mas tenho que fazer as concessões, né?“, conclui Fernando.

Douglas de Oliveira, músico e funcionário público, diz que a partir do ano que vem pretende viver apenas de música. Gosta de violão e guitarra. Toca MPB de vez em quando, blues e rock. Canta também. Mas não esconde que sua paixão mesmo é fazer Rock’n Roll com sua banda. Quando eu perguntei se ele largaria o emprego de funcionário público pra trabalhar só com música aqui em Uberaba, Douglas já foi logo dizendo que está planejando mudar de cidade no final do ano. “Não pretendo ser rico, quero ter uma grana que dê pra eu viver legal”, afirma Douglas.

Comportamento MusicalAo comparar o comportamento das pessoas que ouvem MPB com pessoas que ouvem música sertaneja, Regina Maria Gonçalves, proprietária do MPBeco, percebe uma grande diferença. “As que saem para ouvir o sertanejo fazem muita baderna, arruaça, cantam muito alto, atrapalham as outras mesas”, avalia.

Mas as opiniões divergem. Em conversa com o músico, Fernando Borges me surpreende ao comparar o comportamento das tribos que ouvem o sertanejo, com o comportamento das que ouvem o Jazz. “Acho que o público do sertanejo é mais atencioso. As pessoas saem de casa e falam pra todo mundo que vão ouvir Jazz, porque é chique! Fazem cara de pseudo-intelectuais e tá tudo certo! Ou caem aqui de pára-quedas, não sabem o que está acontecendo, e ficam pedindo pra abaixar o volume. Já o pessoal que vai pro sertão não, eles vão pra ouvir aquilo lá, eles vão pra dançar aquele tipo de música”, conta Fernando.

Fonte:http://www.revelacaoonline.uniube.br/2008/343/musicaparatodos2.html

ROULETS#13 entrevista FERNANDO BORGES QUARTETO




Roulets#13 – Fale um pouco sobre a história tua, um pequeno release, formação, idade, o que vêm fazendo ultimamente.
Fernando Borges: Eu sou músico, profissionalmente trabalho desde os 16 anos, eu toco violão desde os 7 anos assim, família de músico e trabalho como educador na cidade. E esse trabalho já existe a um...Fernando Borges primeiro trio, depois formação de quarteto, já tem uns 6 anos.

Roulets#13 – Como foi o seu primeiro contato com a música e com instrumentos musicais? E como foi a sua trajetória musical até chegar ao Jazz?
Fernando Borges: A minha primeira influência foi o Mark Knopfler, guitarrista do Dire Straits , comecei a tocar guitarra depois de ouvir Brothers in arms , a música é linda e ele toca pra caralho.

Roulets#13 – Qual é a reação do público quando vê que você é um cara novo, visual contemporâneo, tocando jazz e com grande talento?
Fernando Borges: Não, já acha engraçado pela idade, eu tenho 28 anos, espera que um cara de cabelo grisalho tocando jazz e tal, por causa das tatuagens e alargador na orelha espera que eu vou tocar rock e tal (risos), mas a abordagem da banda, a gente toca jazz com uma pegada rock’n roll.

Roulets#13 – Quais são suas preferências culturais? E como é a sua relação com outros estilos musicais?
Fernando Borges: Então cara, eu escuto música erudita Debussy, Ravel.

Roulets#13 – Como você vê o mundo do Jazz?
Fernando Borges: Então, é complicado te falar cara, porque Jazz hoje é tão restrito que nem a música erudita, é cheio de não pode fazer isso não pode fazer aquilo, eu estou nem aí, eu quero subverter mesmo, tem um monte de influência que não só, já é tradicional.

Roulets#13 – Particularmente, o que lhe inspira e motiva a criar? Fale um pouco dos teus projetos, cd, gravações?
Fernando Borges: A música é a inspirarão, eu componho também, então tem gente que inspira num relacionamento que termino ou alguma coisa tipo natureza, mas pra mim a música é minha inspiração.

Roulets#13 – Muitas bandas, gravadoras, selos trabalham com a internet como uma ferramenta de trabalho muito útil na divulgação do trabalho e na obtenção de contatos.Como você enxerga essa ferramenta? Existe algum lugar onde possamos encontrar o teu som?
Fernando Borges: Mudou tudo hoje, mudou tudo, a gente não tem nem tempo de ouvir todos os cds que a gente baixa, eu sou a favor de colocar download gratuito na internet. Porque o que rola, se você está vinculado com uma gravadora, ela vai pegar todo seu dinheiro, você vai ganhar no fim das contas só com o show, então na verdade a internet limou a gravadora e isso é genial, você tem contato direto com o público, você sabe quantas pessoas ouviram suas músicas. Cara se você for importar assim, cd do Coltrane, meu irmão pode preparar cinqüenta pratas, isso é ridículo, um absurdo.

Roulets#13 – O que vem por aí em 2008 com Fernando Borges como músico/artista?
Fernando Borges: Eu quero tocar mais nacionalmente e espero lançar meus dois trabalhos, eu tenho dois cds gravados e nenhum lançado por falta de verba, um gravado ao vivo e outro gravado ao vivo no estúdio, mas nenhum lançado e espero lançar esses discos e tocar mais, poder divulgar. É isso.

Roulets#13 – O que você gosta de ouvir e tem ouvido ultimamente? Têm alguma recomendação a fazer?
Fernando Borges: Quem estiver meio cansado, não cansado, mas pra quem está procurando uma coisa nova eu recomendo um trompetista Vietnamita chamado Coung Vu, que é um trabalho dele em quarteto com um guitarrista chamado Bill Friesell, que é simplesmente genial. É o que eu tenho ouvido mais agora e é o que eu acho mais novo, mais contemporâneo.

Roulets#13 – A maioria dos músicos aqui da cidade costumam reclamar que Uberaba é meio devagar, meio complicado, mas mesmo assim continuam correndo atrás. Então o que te faz correr atrás da música, persistir ? Toca em outra cidade?
Fernando Borges: Eu não toco fora, toco aqui na cidade, na chopperia Arquimedes há 7 anos, todas as segundas feiras, quando eu comecei a tocar ficavam 5 bêbados lá, hoje a casa é legal, funciona na segunda-feira, hoje tem um trabalho que serve de referência para outros músicos. Eu viajo às vezes não para tocar música instrumental, mas para acompanhar cantor ou fazer trabalho , e as pessoas sabem da existência da música no Arquimedes. O Tom Jobim é um cara que estava certo, ele disse que a saída do músico brasileiro é o aeroporto e isso é genial, porque quando você sai, lá fora nossa musica é a música, não é pior e nem melhor é tão boa quanto.

Roulets#13 – Tem alguma mensagem para deixar, algo que não foi perguntado e que você acha importante estar dizendo? Contatos para shows entre outros...
Fernando Borges: Então tenho o www.myspace.com/fernandoborgesguitar, lá tem uma música que eu gravei a 2 anos do meu cd chamada Tristão que eu gravei com o baixista do Chet Baker, um ídolo pra mim e o Alexandre reis de São Paulo que é um tremendo baterista no Brasil, a gente gravou esse cd em um dia! Essa experiência para mim, foi tipo, primeiro eu tive que engolir a babação de ovo, porque eu amo o som dos cara a muito tempo, ai quando tive a oportunidade de tocar com eles, eu vi que era muito mais simples e o nível dos caras fez com que minha música ficasse melhor, sabe aquela dica, o que fazer para tocar bem, basta ser o pior música da banda que ai seu nível sobe(risos).


Fonte:http://roulets.blogspot.com/2008/06/fernando-borges-quarteto-na-expozebu.html

A"música instrumental jazzística"com sotaque brasileiro

Quando a improvisação converte-se num diálogo entre instrumentistas
Maria Camila Osório


Os olhares se entrecruzam como os sons dos instrumentos. Os três músicos instrumentistas estão ali, no bar Arquimedes conhecido por ser freqüentado pelos intelectuais. Outros quatro se encontram no café do teatro SESI Minas. Talvez os sete não se conheçam, mas o importante é a linguagem musical que deles emana.Uma linguagem que, com sotaques diferentes, quer chegar ao mesmo objetivo: dar a conhecer ainda mais em Uberaba essa cultura da música instrumental, que eles preferem não chamar propriamente de jazz.

Cada músico, no seu instrumento, e do seu jeito, vai contando um caso na hora da improvisação. É como um papo entre amigos onde cada um intervém de acordo com o seu pensamento, com seu sentimento. E neste caso, são os acordes, os ritmos e a emoção da música que faz cada improvisação única.A essência da alma permeia o sentido objetivo por meio dos matizes sonoros com beleza, equilíbrio, harmonia e natureza; sintetizando emoções numa improvisação esteticamente única, onde o sentimento do prazer faz belo o exagero dos contrapontos melódicos e reflexivos da arte própria do indivíduo. Toda essa atmosfera de diálogos melódicos fazem parte do cotidiano de Uberaba com uma maior força desde o ano 2000. Atmosfera que continua na conquista de um público maior através da difusão da cultura.

Segundo Carlos Valeriano, integrante do grupo de “jazz” Quarteto Feito Aqui, essa formação dentro deste tipo de música foi feito no bar Arquimedes, que abriu as portas à variedade cultural. Os integranteios do grupo que começaram nesse sonho de mostrar o que se estava produzindo em Uberaba na época são Carlos Valeriano, Fernando Borges, Ricardinho Moraes e Alex.A pessoa que incentivou todo o pessoal a expe­rimentar neste campo foi o saxofonista Zeca, que veio do R de Janeiro, esteve durante três anos em Uberaba e, nesse período, com­par­tilhou toda essa bagagem da música instrumental.

A estética do improviso depois do lampejo melancólico do sax junto a base sempre contínua, mas importante do baixo; dos acordes harmônicos do violão e do ritmo cadencioso da bateria, o Quarteto Feito Aqui, composto por Josué de Sousa (sax), Kelvi Balbino (bateria), Carlos Valeriano “Neca” (violão) e Daniel Amâncio (baixo) falam do jazz e da sua vivencia.

Para Carlos, no jazz o músico toca um tema e desenvolve a harmo­nia até criar outra música. Isso se co­nhece como impro­visação. Poderia se dizer que é uma com­posição sobre outra composição. Para Kelvi, a inter­pre­tação de um brasileiro nunca vai ser igual à de um ame­ricano. “É uma coisa assim, você pega um ameri­cano que toca jazz muito bem... depois você pega os caras tocando bossa-nova, tocando sa­mba... eles po­dem tocar muito bem mas eles não podem falar assim: Nós tocamos samba pra caramba perto de um brasileiro... o brasileiro nasce tocando samba ... então é questão de linguagem também. Não que não existam músicos brasileiros que não tenham o mesmo nível... mas é diferente um brasileiro tocando jazz de um americano tocando jazz... no americano é natural, é genético”. ­De uns anos para cá a cultura musical instru­mental tem crescido bastante. Até no Shopping Uberaba o público pode en­contrar música ins­tru­mental jazzís­tica bra­sileira ao vivo, de­pendendo do dia.

O Quarteto se apresentou pela primeira vez no Teatro Experimental de Uberaba (TEU) em 2007. Isto é uma prova que tanto o Quarteto como Fernando Borges Trio continuam na procura de experimentação não só na música, mas também nas formas de difundir essa música. E para eles, essa possibilidade de fazer música de qualidade com liberdade é o mais importante. “Resumindo... a gente quer é tocar independente do profissional, do econômico, a gente quer fazer um som que agrade a gente”. Disse Carlos.

Curso de Comunicação Social/Universidade de Uberaba - 2008

Fonte: http://www.revelacaoonline.uniube.br/2008/340/jazz.html

Frase 1

Estarei passando aqui alguns conceitos, acordes, arranjos e frases que utilizo em minhas músicas. Espero que gostem.